Sinto-me como um vaso quebrado.
Sabe, aquela pintura que foi deixada pela metade? Aquela coisa de quando você vê algo bonito, mas que ou não terminaram, ou quebraram e ficou... deslocado. Fora do normal.
As imagens que cortam minha mente, agora, são de copos de vidro estourando (não sei se é a vontade de jogar esse copo que tenho do meu lado), de algo grande acontecendo e eu sem conseguir me sentir parte daquilo. Parte do erro de um erro de um erro de um erro, como diria Guimarães Rosa.
A vida não é fácil, a gente tem de deixar de ser tão fresco.
Verdade, porém, tem horas que não dá. Tem horas que você não quer nem mesmo ajuda. Horas que você só quer não mais querer. Não mais incomodar. Não mais precisar de ninguém, ou se responsabilizar por nada.
Sei lá, talvez a morte seja mesmo a liberdade.
Quer seja pagando pelo que fizemos aqui (bem, uma certeza é que será desbalanceado, e como teremos a eternidade...), seja mergulhando no vazio. Parece bem melhor do que fritar seu cérebro com coisas tão sem sentido quanto um chute numa pedra solta.
De tão único que sou, genérico torno-me naquilo em todos somos iguais: finitude da existência.
Bêbado de poesia, vazio de sonhos, louco de remédios, seco de amor, assim vou
Não espero nem voltar, nem nunca mais amar, sequer relembrar
Busco no nada o que não consegui encontrar em todo o resto
Se não encontrar, já sei que não presto
Sequer para assinar esses versos
E que o melhor será lá ficar
E que o melhor será lá ficar
E nunca mais