domingo, 24 de julho de 2011

Páginas de uma Carta Qualquer (1)

Pouco a pouco me afogo na casa vazia
A nossa cama, antes palco de tantas alegrias
Agora só comporta insônia e monotonia

Saudade já não consigo sentir
Na medida em que sei que nada do passado há por vir
Nada de repetições, nada de sentir

Me conformo, então com o que me espera:
Uma lenta morte, contudo, sincera.
Que me acolhe como uma mãe, uma amiga fraterna
Dedico a ela, à morte e à espera
Minhas rimas tristes, e tão etéreas

Morte física? Não, não tenho tal pretensão. Meu coração, esse sim agoniza, por não ter sentido, por ter virado uma fortaleza pétrea, de muralhas altas e pouco acessíveis, antes, depois e, talvez até, durante nós.

As boas lembranças, as lembranças ruins, as não-lembranças... Agora são espólios de uma guerra lutada lado a lado e que o tempo virou-nos um contra o outro...

Agora, às 3:17 da manhã, cometo um soneto e escrevo um suícidio, sentindo um whisky e bebendo a dor.

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