sábado, 7 de agosto de 2010

Tenso?

Escrevo essas linhas tortas com palavras incertas. Uma manhã de sábado reflete a minha insônia que começou às quatro da manhã, após mais uma noite de som, sexo e dorgas. Diversão? Minha geração nunca aprendeu o que é isso. Na verdade, como diz o PC Siqueira em um dos seus vlogs, “a galera sai na rua pra tomar no cu!”. Enquanto Oswaldo Montenegro canta Zé Ramalho (“Eu desço dessa solidão, espalho coisas sobre um chão de giz...”) eu fico semovente, pensando no dia, na noite, na vida, pela madrugada. Amanhã viajo e não sei se vou voltar. Não, não me refiro à viagem no aeroporto, embora talvez ela possa ser o começo de algo que me leve pra longe de quem eu sou. Tá certo, eu escrevo textos (?) tensos, pra uma platéia (?) que não me entende. E enquanto isso, procuro alguém pra embarcar nessa viagem louca, só que sem tantas drogas, uma grande dose de tédio e mais alguma coisa parecida com um “clipe sem nexo, um pierrot retrocesso, meio bossa-nova e rock and roll...”
Enfim, encontrei nesse livro do Gabriel Garcia Márquez, Memórias de Minhas Putas Tristes um texto que quase me define. Está lá, na página 74 escrito assim: “Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem de minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do Zodíaco.”

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