segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Exercício 5


(Milky Chance - Stolen Dance)
Soprava, pessoa, vazio

Batida na porta. Lá fora o frio soprava uma batida janela quebrada. Batida. Os parcos retalhos que batiam e recobriam seus friorentos membros ainda guardavam uma cálida, mas batida, memória de vida. Batia. Não sabia mais o que era coberta, o que batia, o que era parte dele mesmo. Sentia esse frio, mas não sabia dizer se era a batida, digo, o frio interior era que gelava o quarto, ou se era só a temperatura negativa entrando no coração.

Debatia, e sentia-se quebrado, mas completo. Abatido, triste, mas conformado. "É isso..." batia em si mesmo. "Exorcizar-se leva-nos, ao fim de tudo, a bater na própria vida, purgando-a de si mesma." Devaneava, debatia, delusionava, não possuía mais nexo algum.

Vazio? É só mais um nome para o território desconhecido onde ele levou seu coração, sua mente, seu turbilhão.

Vazio?

Vazio.

Lá fora, o vento soprava, aqui, não batia.

domingo, 23 de novembro de 2014

Deixa pra lá.

Ah, deixa pra lá... não vale a pena mesmo. Quantas vezes já não tentei te falar que o errado é quando a gente pensa que não morre? Que tá seguro e vai lá e pá: de repente... deixa pra lá. Não vale a pena a gente tentar convencer esse povo.
Sei lá, deixa pra lá. Mas assim, eu queria dizer....
Não sei o que eu queria dizer, mas isso não importa.
Aliás, lembrei o que queria dizer.... era só que às vezes a gente acaba perdendo a confiança que a pessoa tem, mesmo quando a gente não fez nada, e sempre foi sincero...
Deixa pra lá, mas às vezes.... às vezes a gente esquece de falar que tem prova começando agora e de repente tem que desligar o celular sem nem poder se despedir....

Desculpas?
Deve ser assim como tudo termina. Uma mãe pede desculpas aos filhos e se cala para sempre, um sócio diz 'obrigado' ao outro e pede desculpas antes do tiro fatal?

Talvez eu tenha aprendido o que é o final, talvez não...

De qualquer maneira,

Deixa pra lá.