São onze horas da noite de uma quinta-feira chuvosa. O céu sem estrelas, com o rosto fechado, reflete o meu tempo. Enquanto Cazuza canta Cartola, percebo que não fumo, não bebo, não faço amor. Não fumo, pois sou como um cigarro, que não passa mais que dez segundos em um mesmo lugar, e em sua curta existência pode refletir tudo ou significar algo. Contudo, normalmente se torna somente a expressão do vazio. Não bebo, pois sou como o álcool, que anima os tolos, enlouquece os fracos, e que pode ser admirado, mas nunca entendido, por aqueles que o tem como algo interessante e passageiro. E me perguntam. E o último? E respondo. E continuo na busca do intangível, indispensável mas não menos aflitivo. Ou da justificativa de sua ausência. Talvez esse impasse se devendo à falta dos dois outros elementos. Ou á simples contramão do ser humano em face das palavras de São Paulo, que diz em uma de suas cartas: "O amor é paciente, justo, não é ciumento, não é orgulhoso ou exibido. Nada faz de inconveniente, não é interesseiro, nem se irrita, pois não é rancoroso. O amor encontra a alegria na verdade, tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." Assim é o amor. Assim é a alma humana. E assim não é a humanidade.
"Ouça-me bem amor, presta atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó..."
O Mundo é um Moinho - Cartola
Musicado e Cantado por Cazuza
Confesso que tive que ler mais de uma vez pra entender ^^'
ResponderExcluirMas isso é difícil de entender mesmo, né. O amor, o homem, a vida. São enigmas que até hoje o povo tenta entender...
Todavia, é que nem mulher... quem tentar entender fica doido. =]